No pussyfooting - Fripp & Eno

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"Ambient music must be able to accommodate many levels of listening attention without enforcing one in particular; it must be as ignorable as it is interesting." Brian Eno

Me entusiasmei com o último post ("The Equatorial Stars") e voltei a ouvir este "No pussyfooting" da dupla. Na época o Eno acabara de deixar o Roxy Music, o Fripp estava engrenando o "Lark's Tongues in Aspic" e a "ambient music" ainda era algo restrito ao mundo erudito (e não tinha este rótulo). Para nossos padrões atuais o resultado é um tanto primitivo mas em 1972 era um trabalho inédito e não era bem aceito uma vez que o virtuosismo exigido era (e continua sendo) algo que transcendia o simples "tocar rápido e intrincadamente" e era um "pensar rápido e intrincadamente". Pensar ao fazer música continua sendo anátema para muitos "músicos" que acham que música deve ser uma expressão "natural" (como se pensar não fosse natural). O engraçado de tudo isso é que aqueles que acusam a ambient music de ser muzak (música de elevador, música de restaurante) ouvem o pop vagabundo de rádio FM enquanto dirigem. Ouvi este disco pela primeira vez, creio que no início de 1974, na casa de um amigo que queria me mostrar esse disco. Ao perguntar como era a música ele me disse que eram "sons". Essa expressão é deveras interessante em termos de definição de música como um caso muito particular de sons estruturados por frases musicais ritmadas. É música o que o compositor diz que é (parafraseando o Guimarães Rosa). Leiam o artigo da Wikipedia sobre o disco, é muito educativo. Por algum motivo que me escapa, a reedição do album em cd traz, como bônus, o lado A de trás para frente. Imagino que por ser uma edição oficial deve ter sido autorizada pela dupla. Funciona mas prefiro o de verdade.

Lançado em Novembro de 1973

Lado A

1) The Heavenly Music Corporation

Lado B

1) Swastika Girls

No pussyfooting - Fripp & Eno

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