The Dark Side of The Moon - Pink Floyd
"Toto, I've a feeling we're not in Kansas anymore ..."
Dorothy Gale
No início da década de 1970 todos sabiam (mesmo aqueles que não gostavam) da importância do Pink Floyd. Na metade de 1972 foi lançado a trilha sonora do filme (proibido em Pindorama) "La Vallée", mais uma vez o Pink Floyd fazia uma trilha sonora para um filme do diretor Barbet Shroeder (o outro era o "More", também proibido aqui pela censura da época). A trilha sonora era excepcional mas como naqueles dias coisas excepcionais sempre aconteciam niguém imaginava o que estava sendo gravado em Abbey Road : um dos discos mais vendidos em todos os tempos.
Lembro muito bem como o ouvi pela primeira vez (será que todos nós temos uma história da primeira vez que ouvimos um disco marcante?). Era uma tarde de sol e eu estava ajudando minha mãe regar as flores do jardim da nossa casa; deixei a janela da sala aberta e abri bem o volume para poder ouvir lá fora. Quando acabou o primeiro lado entrei para virar o disco mas coloquei a primeira faixa novamente e sentei em frente do som. Ouvi inteiro, duas, tres vezes como sempre fazia com qualquer disco novo mas tive um dé-já vu durante todo o disco. Talvez eu estivesse tão embebido de Pink Floyd que este disco só poderia ser assim. É um disco bom mas, para o meu gosto, ainda prefiro o "Wish you were here". Naquele ano tivemos o "Lark´s tongues in Aspic" do King Crimson, "Houses of the Holy" do Led Zeppelin, "Birds of Fire" da Mahavishnu Orchestra, "Living in the Material World" do George Harrison, "Berlin" do Lou Reed, "Selling England by the Pound" do Genesis, "Quadrophenia" do The Who, "Ringo" do Ringo Starr e "Mind Games" do John Lennon só para dar uns poucos exemplos. O "Dark Side" era somente mais um bom disco. Tive o privilégio de crescer ouvindo todos esses discos na medida em que eram produzidos; é diferente de ouvi-los sob um ponto de vista histórico (para os que não estavam lá) afinal já se passaram 40 anos e música é sempre um retrato do momento social e deve ser entendida desta maneira.
É interessante que, de certa maneira, o Dark Side é a concretização de uma visão do Syd Barret (o primeiro guitarrista do grupo) : incluir sax e voz feminina na música do Pink Floyd. Essa ideia foi rechaçada pelo grupo incialmente ("menina não entra") e verificou-se que o Pipper tinha razão.
Para os fans ainda existe a sincronia (entre muitas) com o "Mágico de Oz" ("The Wizard of Oz", não confundir com "The Blizzard of Ozz"), também conhecida como "Dark Side of the Rainbow" que voces podem ver aqui. Às vezes parece meio forçado mas que a sincronia existe, existe ! Diz uma lenda urbana que a bicicleta que aparece na capa do "Pulse" (achem se puderem!) é mais uma referência ao "Mágico" (vejam o filme, ouçam o disco, leiam o livro). O grupo sempre negou a intenção de que houvesse alguma ligação ...
Independente disso tudo o album continua sendo ouvido e comprado (25% dos lares ingleses possuem o disco : "there´s no place like home"). "Dark Side of the Moon" acabou sendo sinônimo de Pink Floyd.
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Lançado em Março de 1973
Lado 1
1. Speak to me
2. Breathe
3. On the run
4. Time
5. The great gig in the sky
Lado 2
1. Money
2. Us end them
3. Any colour you like
4. Brain damage
5. Eclipse