Ambient 1: Music For Airports - Brian Eno

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Admiro muito o trabalho do Eno pois ele faz música sem ser músico, ele compõe  intuitivamente, sem ter tido uma formação ahnn... formal. A música eletro-acústica (colagens de sons gravados e sons produzidos eletronicamente) foi algo explorado na década de 50 por Pierre Schaffer como todos nós sabemos. Então a abordagem do Brian Eno não é algo inovador mas o método é. A música conceitual também é algo que remonta o começo do século vinte. Todos esses elementos foram trabalhados por John Cage através do acaso (utilizando o I-Ching) muito embora Mallarmé já tenha previsto isso ("Un Coup de Dés Jamais N'Abolira Le Hasard"). Brian Eno trabaha o encadeamento de idéias e/ou sensações escolhidas ao acaso e as traduz numa sequência conexa de sons e voilá: música. A música funcional (tão prezada pelo nosso querido Paul Hindemith) levou Brian Eno a criar o que ele chamou de "ambient music". Para mim ao menos, esse album me leva a um estado de introspecção que me conduz a outro nível de percepção do que me cerca: seria enfim uma música psicotrópica? Já tratei desse assunto aqui quando discuti a música do Wagner, mas poucos dos nossos contemporâneos conseguiram tal proeza. É claro que isso depende do "metabolismo" da mente de cada um. Lembrei de "quem não gosta de samba bom sujeito não é, é ruim da cabeça ou doente do pé". Ruim da cabeça é ser insano, ensandecido, maluco (beleza) - lembrem que muitas músicas do Pink Floyd tratam da (in)sanidade mental. Esse disco produz reações muito curiosas. Conheço gente que não quis ouvir o disco por causa do título. Outros não conseguiram ouvir inteiro, acharam sem sentido (talvez porque não sentiram). Sons somente, só mente, experimente.

Lançado em Março de 1978

Lado A

1) 1/1

2) 2/1

Lado B

1) 1/2

2) 2/2

 

P.S.: quando o Eno esteve por aqui colocaram esse disco como música ambiente quando ele estava no aeroporto ...

Ambient 1: Music For Airports - Brian Eno

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