Fresh Cream - Cream
A importância do Cream para o rock é óbvia e fundamental, eu os colocaria, depois dos Beatles, como o grupo mais influente da década de 1960. Se os Beatles estabeleceram um pop rock "consistente", o Cream nos deixou o blues rock como até hoje é praticado. Conheci o Cream (como muitos outros da minha geração aqui em Pindorama) através de "Sunshine of your love", do "Disraeli Gears". Só fui ter consciência do Clapton com o "Layla". O grupo saudado como uma reunião de "gigantes" (segundo o comentário da contracapa) correspondeu a espectativa e ficou conhecido como o primeiro "super-grupo". Somente na metade da década de 1970 é que tive oportunidade de ouvir o "Fresh Cream" e, em especial, sua versão de "Spoonful": enfim um guitarrista que não tinha medo de tocar guitarra. A abordagem continha a medida certa de rocke blues de maneira que não era simplesmente um grupo de rock tocando blues ou um bluesman tocando rock, era uma nova forma que serviu de molde para o que foi feito posteriormente. Todas as músicas do disco são boas mas dediquem um pouco mais de tempo à "leitura" que foi feita em "Spoonful", comparem com a versão do próprio Dixon. Se as versões do Elvis foram acusadas de "pasteurização" da música negra ninguém pode dizer que o Cream fez uma versão "branca" do blues, foi uma reinvenção.
Lançado em Dezembro de 1966
Lado A
1) N.S.U.
2) Sleepy time time
3) Dreaming
4) Sweet wine
5) Spoonful
Lado B
1) Cat's squirrel
2) Four until late
3) Rollin' and tumblin'
4) I'm so glad
5) Toad