Another Green World - Brian Eno
"I want to be the wandering sailor"
Conheci o Eno com o seu primeiro disco com o Fripp, "No pussyfooting". Um amigo (ah se não fosse os meus amigos) me mostrou e disse que era um disco com "sons". Ainda não havia o que hoje entendemos por "ambient music". Ouvi aquilo e achei muito curioso. Realmente eram "sons" de teclado (do Eno) e guitarra (do Fripp). Passou um ano e apareceu esse disco que agora comento. Os dois primeiros discos dele, "Here come the warm Jets" e o "Taking tiger mountain (by strategy)" já eram coisas estranhas com jeito esquisito mas esse os superou. Nem era nem rock nem ambient music mas ao mesmo tempo era. As músicas eram bem curtinhas comparando o que se estava fazendo naquele tempo. Haicais musicais ! Cada música pode ser tomada como parte de um todo mas se sustenta sozinha, muito embora fique uma sensação de que aquilo poderia render mais. Além da participação do Fripp (King Crimson, com solos maravilhosos) temos ainda a participação de John Cale (Velvet Underground). Seguindo o exemplo do John Cage que usava o I-Ching para ordenar o acaso em suas composições, o Eno criou algo semelhante, as "Estratégias Oblíquas".
É notável o envolvimento dele com muitos outros artistas (Fripp, David Byrne, John Cale, David Bowie, Roxy Music, entre outros) sempre nos mostrando, através de pesquisa e experimentos, novas formas de se construir música (ele nunca realmente se considerou músico). Ouçam esse disco como quadros numa exposição, são pinturas minimalistas para serem ouvidas.
Lançado em Setembro de 1975.
Lado 1
1) Sky Saw
2) Over Fire Island
3) St. Elmo's fire
4) In dark trees
5) The Big Ship
6) I'll come running
7) Another Green World
Lado 2
1) Sombre reptiles
2) Golden Hours
3) Becalmed
4) Zawinul/Lava
5) Everything merges with the night
6) Spirits Drifting
